Análises preliminares sobre presença de pinturas impactadas e não impactadas pelas fezes de mocó (Kerodon rupestris) no Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, Brasil

O Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC) foi criado para proteger flora, fauna, belezas naturais e os monumentos arqueológicos existentes dentro dos seus limites, que incluem mais de mil sítios com pinturas e gravuras rupestres pré-históricas. Essa unidade de conservação integral da biodiversidade foi incluída pela UNESCO na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade e é uma das Unidades de Conservação (UCs) brasileiras localizadas no bioma da Caatinga.

Dentre os pequenos mamíferos que habitam o PNSC está o mocó (Kerodon rupestris, Caviidae), um roedor endêmico da região semiárida do nordeste do Brasil e que dentro da Caatinga ocorre em terrenos rochosos, caracterizados por grandes formações de afloramento de blocos de granito. Segundo Portaria do MMA no 148/2022, que atualiza a lista de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção do Brasil, o mocó encontra-se classificado como Vulnerável, principalmente devido a degradação ambiental. Já na lista da IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza – a espécie encontra-se na categoria “menos preocupante”.

No entanto, no PNSC, o mocó é uma ameaça aos registros rupestres devido ao impacto causado pelo acúmulo de fezes nesses sítios e é de fundamental importância entender os fatores que afetam a população desse roedor para promover a preservação conjunta da espécie e do patrimônio arqueológico.

Os nossos objetivos nessa pesquisa foram:
1. Sistematizar e analisar dados referentes aos sítios arqueológicos estudados, considerando as características ambientais, presença de pinturas impactadas e não impactadas pelas fezes de mocó, abundância de mocós e de potenciais predadores de mocós;
2. Mapear sítios com presença de pinturas impactadas e não impactadas pelas fezes de mocó;
3. A partir da sistematização e análise de dados, propomos desenho amostral de monitoramento de médio prazo (um a dois anos) por meio de armadilhas fotográficas, com objetivo de formular projeto de pesquisa para confirmação de hipóteses para o aumento populacional de mocós no PNSC.